domingo, 24 de janeiro de 2010

Abreviação dos Contos

Peço licença a um protesto sentimental. Se existe ou não, pouco me importa, já que nessa vida tenho que admitir que perco tudo aquilo que deixo ir embora...
Havia um menino. Ele sorria e era lindo. Me pediu a mão para andar pelas ruas dessa vida, juntos, sem solidão e sem medo... Eu, que nunca nem pensei em negar seu pedido e logo o ajudei na caminhada.
Dentre as milhas que percorremos, vivemos alegrias, tristezas, jantas fora de horário, brigadeiros de leite ninho, e alguns filmes movidos a lágrimas, abraços e todas as trilhas sonoras que quisemos ter.
Passamos por sol fraco, chuva forte, calor senegal e frio de bater o queixo, mas nunca que o tempo nos impediu de transportarmos as barreiras. Andamos com os pés no asfalto, no quintal, na escola e no chuveiro. Atravessamos inúmeras faixas de pedestre com o sinal vermelho. Fomos irreverentes e invejados. Dormimos juntos e nem precisou ter o café da manhã levado no sofá da sala do terceiro andar... bastou com alguns pães com queijo e coca-cola. Falamos sério quando foi preciso e rimos quando foi preciso falar sério.

Vivemos tanta coisa que eu poderia colocar tudo num livro com incontáveis parágrafos, mas para isso, eu precisaria ter a conclusão do texto. Não é o fim, eu sei que não. Mas não consigo me contentar em estar tão perto e não poder abraçar quando sinto saudade.
Essa sensação nada mais é do que um tropeço na minha ou nossa caminhada. Não vai atrapalhar, mas machuca, não posso deixar de admitir.

Porém, eu já estou cansada, e percebi que aquele menino soltou minha mão e eu não consigo correr para o acompanhar... ele já não precisa tanto da minha presença como eu preciso da dele, porque ele achou algo melhor, e eu fico feliz por saber disso... fico feliz mas não fico completa. Contraditório, hein?

Daqui algum tempo isso me servirá de inspiração pra escrever, mesmo que a voz falhe... o pensamento vai voar tão intensamente que então conseguirei resgatar algo como alguma tarde no colégio, me apresentando e dizendo quem eu era, vendo o sorriso daquele que me proporcionou momentos reais de FELICIDADE CONTAGIANTE!!!

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