segunda-feira, 23 de novembro de 2009

#dorme menino

Meus batimentos cardíacos estão acelerados... ouço o vento e sinto que ele me envolve, pega meus cabelos, levanta, os abraça, me pega pra si e vai embora... mas não se despede. Chega sem a minha permissão e me diz que sou uma criança teimosa. Me faz sentar no chão e brincar por horas... brincar de sentir, de sorrir, e se caso sou contrariada, me faz brincar de chorar... mas ele volta, assopra meu machucado e faz sarar o dodói.
As feridas nem sempre são curadas por inteiro, e quando já estão quase prontas da total cura, o tropeço da pobre-menina acontece de novo e abre a cicatriz.
Mas já no meio do meu caminho cansado e solitário, o vento volta, e sussura entre meus cabelos e a minha insegurança que eu não preciso mais brincar de vida sozinha... ali naquele canto existe um menino solitário de batimentos acelerados, que suplica em seus tristes olhos o quanto precisa de uma companhia para a brinca.
A menina sorri, porque o menino disperta nela o amor! Aquela sensação do bem estar constante e fatigante. O brilho não pode ser ofuscado, não tem barreiras, o amor transcede as veias ansiosas da menina, e chega até o menino com a ajuda do estonteante e surpreendente vento!
Que idéia genial essa a do vento, de juntar emoções para brincarem juntos com a menina e o menino.

Já não existem tantos personagens e figurantes, a vida é escritas invisivelmente pelas mãos da menina, que incessantemente busca as mãos do menino. O grito se propaga no ar, ecoa, silencia e amedronta.

O tempo passa, o vento passa, o beijo passa... o escarro, a solidão e o sentimento de derrota e rancor ficam. Cadê o vento pra sarar o dodói? Ensina o remédio contra a saudade, contra a agonia. Leva pra ti a minha alma, ela vaga por um triste corpo. Aguarda o seu abraço pra se consolidar e seguir o caminho.
Assopra o menino pra mim. Traz ele pra perto das minhas mãos, do meu abraço e dos meus cabelos.


Digo absurdos, pois o amor me invadiu.
O amor me invadiu.

O amor me invadiu e sorriu.

Eu sorri. E você apareceu!

Dança menino, dança na chuva, beija na chuva, cante, grite, chore, e me beije. Me beija na chuva.

Toma o seu banho quente menino, vai se resfriar. Aqui está um chocolate quente pra ti menino, precisa se aquecer.
Meu corpo está aqui inteirinho pra ti, menino. Esperando seus beijos e seus olhares gulosos por sobre as minhas curvas.

Nesse entrelaçamento de mãos, sorrisos, suspiros e gemidos, te sou e tu me és.
Dorme menino.

Durma, pois quando acordar estarei ali fora, brincando com o vento... O sol raiou porque você chegou. Vamos aproveitar.

"Viva. Viva. Vivam os loucos que inventaram o amor"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

#acelera

Os mesmos trajetos percorridos desde um bom tempo, rotina, canseira. Alguns mesmos e semelhantes sorrisos, almas pensantes e preocupadas, a procura de uma utopia que traga alegria, sinta a quimera, amanhã chega a Primavera. Primavera traz flores, amores, dores, sabores. Na Primavera sinto harmonia, todo o santo dia.
Harmonia com a paz, e isso vemos no meu apetite voráz.
Abra os seus braços, dance... sinta. Me abrace, corra, sorria. Baila todos os luais ao meu lado, moramos só nesse quadrado.
As palavras se encontram a rimar, mas não é culpa minha, olha só pra esse luar. Sem barreira todo dia, chego, paro e cruzo a minha avenida. O caminho não é distante, o meu passo ficou lento no caminho reto, eu só sinto o vento. Invade meus cabelos, meu olhos, me pega no colo, me envolve, me abraça e me enlouquece.
Pisque mais devagar e diga para aqueles que estão cercados de ti o quanto cada um deles é necessário nesse seu habitat natural que o destino te fez.
Envolva tua amada no plagio da sua melodia, sorria a luz do dia, da noite, dela, nela, com ela e pra ela. Faça com que o tempo pare, e retorne lentamente ao tempo que parou. Quantas vezes forem necessárias. Se preciso, deixe-a no modo automático, sistemático, que não perceba o furor que é pausar e rebobinar no viver. No meu, no seu. Não nos temos, mais nos aproveitamos. Nos queremos, nos precisamos, nos merecemos. Conjugo os verbos conjuntos, assim como eu e você.
Assim como o meu sorriso, que foi pra bem longe, e parou no momento em que te encontrei. Te encontrei, te sorri, te vivi, te vivo e te quero. O tenho repetidas e incontáveis maneiras junto de minha face. Te lembro, te sorrio. Paro no tempo e vejo o seu sorriso, estático, assustado. Me perguntando por onde é que andei nesses passos cansados que andou. E te respondo que não andei. Estava apenas esperando por ti. E desde que meu sorriso te reconheceu, não mais me abandonou, e as coisas simples se tornou algo que eu não esperava, mas que O-Cara-Lá-De-Cima me mandou. Vivo a cada sopro pela manhã ou tarde em que acordo, lembro que tenho um motivo pra pausar e despausar o meu mais profundo e feliz sorriso. Tenho meus medos, confesso, não é o que eu peço, é mais do que sempre precisei. É a mais alta cota de alegria e vibração positiva emanando aos teus ofegantes olhos. Não quero nenhum sentido nessas minhas palavras perdidas, elas ecoam nesse vazio que tenho dentro de mim, saem, ricocheteam, me batem, e se perdem... Vejo as letras das palavras se formando, mais devagar vou pensando, vejo se te acho. Será que te procuro?
Será que te percebo? Você comigo parece, é como alma gêmea, não te entendo mais te quero. Não te vejo, mais de ti preciso.
É o fiador da minha melodia. Se não me reconhece, não se espante. Sei que me compreendes, sei que me sentes, e não me vê, só eu sei o porque. Quer comigo compartilhar, a sorte ou o azar, de saber me reconhecer.
Não é fácil me achar, pois não longe estou. Estou a menos de um passo pra te alcançar, mas ainda não me ve. Curioso a me achar? Não se espante. Saia de onde estás e vá ao espelho mais próximo... corra, se apresse. Sorria e me chame... mas chame ao meu nome lentamente, que como em uma simples brisa do seu interior, saí do seu desesperador âmago. Estou em su'alma. Estou no brilhar das suas assombradas pupilas. Faço parte de ti. Do seu brilho.

Melhor do que te ver, é fazer parte de ti. É ser quem tu és podendo sentir o que eu sinto.
E o que eu sinto? Não precisa ler novamente a história. Dê a continuidade no que eu disse... a sensação que sinto quando vejo o teu riso. Posso tê-la inúmeras vezes. Eu. Meu. Pra mim. Comigo. Consigo. Contigo. Conosco.

A essa altura da caminhada, não cheguei à minha determinada sacada. Como uma pedra tropecei, tua vida encontrei. Sua paz eu já senti, quero-a sempre aqui, lá e ali. Ando ando e não chego, só chamo por teu nome, "nego".

Soltei o sorriso... agora ando nos meus pés sem rumo. Te procuro.
Te espero.
Menino que quer ser homem.
Homem que quer ser velho.
Nessas todas e tão confuses fases, todo dia te espero.